quinta-feira, 13 de março de 2014

ARTE - POR ARTE


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Muito apreciado, mas com um significado não tão conhecido pela massa, este movimento foi criado pelo crítico inglês Lawrence Alloway na década de 1950 e teve seus primeiros adeptos nos Estados Unidos e na Inglaterra.

Representava os componentes mais ostensivos da cultura popular e de poderosa influência na vida cotidiana  a partir da segunda metade do século XX. Era a volta a uma arte figurativa, em oposição ao expressionismo abstrato que dominava a cena estética desde o final da segunda guerra. 

Com o objetivo de criticar ironicamente o bombardeamento dos objetos de consumo na sociedade, operava com símbolo da publicidade, quadrinhos, ilustrações e design, usando como materiais principais, tinta acrílica, poliéster, látex, produtos com cores intensas, brilhantes e vibrantes, reproduzindo objetos do dia a dia em tamanho consideravelmente grande, transformando o real em hiper-real. 

Mas ao mesmo tempo que produzia ela criticava. A Pop Arte se apoiava e precisava dos objetos de consumo porque isso as inspirava, um exemplo foram as Sopas Campbell, de Andy Warhol. Além disso, muito do que era considerado brega, virou moda, e já que tanto o gosto, como a arte tem um determinado valor e significado conforme o contexto histórico em que se realiza, a Pop Arte mudou o que era considerado vulgar, em glamour e aproximou a arte pras massas, não somente para poucos.

Principais Artistas da Pop Arte: 



Roy Lichtenstein (1923-1997) - Seu interesse pelas histórias em quadrinhos como tema artístico começou provavelmente com uma pintura do Mickey, que realizou em 1960 para os filhos. Em seus quadros a óleo e tinta acrílica, ampliou as características das histórias em quadrinhos e dos anúncios comerciais, e reproduziu a mão os procedimentos gráficos. Empregou, por exemplo, uma técnica pontilhista para imitar os pontinhos dos quadrinhos. Cores brilhantes, chamativas e limitadas, contornadas por um traço negro, contribuíam para o intenso impacto visual. Com essas obras, o artista pretendia oferecer uma reflexão sobre a linguagem e as formas artísticas. Seus quadros não tinham uma história, apareciam como imagens frias, intelectuais, retratando o mundo moderno. O resultado é a combinação de arte comercial e abstração.

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Andy Warhol (1927-1987) - Ele foi figura mais conhecida e mais controvertida do pop art, Warhol mostrou sua concepção da produção mecânica da imagem em substituição ao trabalho manual numa série de retratos de ídolos da música popular e do cinema, como Elvis Presley e Marilyn Monroe. Warhol entendia as personalidades públicas como figuras impessoais e vazias, apesar da ascensão social e da celebridade (Celebridades também como objeto de consumo, produtos). Da mesma forma, e usando sobretudo a técnica de serigrafia (transferir a imagem por uma tela, uma em cima da outra até formar o desenho, rs, fiz muito isso na escola), destacou a impessoalidade do objeto produzido em massa para o consumo, como garrafas de Coca-Cola, as latas de sopa Campbell, automóveis, crucifixos e dinheiro. 
Produziu filmes e discos de um grupo musical, incentivou o trabalho de outros artistas e uma revista mensal. 
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Sir Peter Thomas Blake (1932 - )  é um artista pop, mais conhecido por ter sido o autor da capa do álbum Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, dos Beatles. A capa, uma colagem de Peter Blake, na qual John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr surgem ao centro, rodeados por figuras como James Dean, Bob Dylan, Karl Marx e Marilyn Monroe, é um marco da pop art. Também desenvolve significativa carreira na pintura, que incorpora imagens da cultura de massa e colagens com cores vibrantes. Após o seu realismo inicial juntou-se a Hamilton tornando-se uma das figuras chave da Pop Art em Inglaterra.
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Jasper Johns, Jr (1930 - ) talvez tenha sido um dos mais importantes entre os pioneiros da pop art na América. Começou a pintar objetos vulgares e com temas simples, como bandeiras, mapas, alvos, números e letras. Exemplo de uma das suas principais obras é a "Três Bandeiras"  em que retrata a bandeira norte-americana sobreposta três vezes. Os seus quadros são descritos como dada neo-dadaístas, em oposição a Pop Arte, embora aqueles incluam, habitualmente, imagens e objectos da cultura popular. Ainda assim, o trabalho de Jaspers Johns é catalogado como pertencendo à Pop Art, devido ao uso artístico da iconografia clássica. Mais tarde, durante a suas exposições em Paris suas bandeiras são vistas, por alguns críticos, como divulgação nacionalista.  O tratamento peculiar dado às suas telas, tem origem numa técnica denominada encáustica  que consiste em diluir a tinta em cera quente. Mais tarde, em 1958, Johns acrescenta relevo aos seus quadros, colocando neles objetos reais, como escovas, latas, pincéis ou letras. O seu trabalho caracteriza-se, assim por ser paradoxal, contraditório e problemático, semelhante ao de Marcel Duchamp (associado ao movimento Dadá). Para além de quadros, Johns também trabalhou em entalhes, esculturas e litografias.

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Robert Rauschenberg (1925 - 2008) É considerado um dos artistas de vanguarda da década de 1950, pois foi nessa época que, depois das séries de superfícies com jornal amassado do início da década, o artista deu início à chamada "combine painting", utilizando-se de garrafas de Coca-Cola, embalagens de produtos industrializados e pássaros empalhados para a criação de uma pintura composta por não somente de massa pigmentária mas incluindo também estes objetos. Estes trabalhos foram precursores da Pop Arte. Rauschenberg une a pintura à comunicação, privando esta (em sua opinião) de sua aura e dizia não confiar em idéias, preferindo os materiais, pois estes o colocariam em confronto com o desconhecido. Acreditava ele que a pintura se relacionava com a vida e com a arte, assim buscando agir entre estes dois pólos. Nessa perspectiva o artista, em Bed (Cama), pinta o que acredita-se ser sua própria coberta, tornando a obra tão pessoal e íntima quanto um auto-retrato, confrontando assim o aspecto pessoal de uma cama arrumada com o meio artístico, ao pendurá-la em uma parede, na vertical. Assim, ainda que a cama perca sua função, ela ainda pode ser relacionada às atividades íntimas nela exercidas. Nesse ponto, os limites entre a pintura e a escultura são tensionados até sua ruptura, bem como os limites entre o cotidiano e a arte. Os elementos inclusos em seu trabalho fazem referências à cultura popular, enfatizando a teoria de Rauschenberg sobre objetos diários e a arte. Na década de 1960 Rauschenberg usou o silk-screen para imprimir imagens fotográficas em grandes extensões da tela, unificando a composição através de grossas pinceladas de tinta.
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Claes Thure Oldenbug (1929 - ) é um escultor estado-unidense de origem sueca e é, entre Andy Warhol e Roy Lichtenstein, o mais importante representante do Pop Art americano. Oldenburg deixa a pintura de lado e se concentra nas coisas-imagem, ampliadas e exageradas nas cores berrantes, intrometidas demais num espaço que parece roubar a nossa existência. Tais presenças são exageradas pelo vazio, pela nulidade da consciência. Em suas obras está implícito que a "cultura de massa" é uma espécie de comida. Para Oldenburg, a comida americana industrializada e padronizada (os hamburgeres, os hot-dogs, os sorvetes etc) é diariamente introduzida em quantidades industriais - como combustível nos fornos - nos tubos digestivos de milhões de americanos. Ele reproduz em grande escala os "promissores" alimentos da sociedade consumista do bem-estar e imita objetos que esta mesma sociedade parece venerar - como vasos sanitários e telefones. Ele glorifica o insignificante, ao mesmo tempo em que brinca com ele. 
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Pop Arte no Brasil

Em comparação à Pop Arte americana, a pop art brasileira era mais precária, mas sem perder a qualidade artística e conceitual. A Pop Arte americana que influenciaria a criatividade em várias partes do mundo, era feita com técnica e materiais de boa qualidade.

No Brasil, a Pop Arte se desenvolveu utilizando materiais alternativos e reaproveitados, e foi com a precariedade que a Pop Arte brasileira encantou o público.

Na década de 60, os EUA viviam numa época de pós-guerra enquanto que o Brasil iniciava um período de ditadura. Boa parte do conteúdo impresso nas peças artísticas desse movimento no Brasil, traziam referência à denúncias de tortura e violência.

A Pop Arte brasileira revelou o seu engajamento contra a ditadura, como uma forma de se opor à repressão. Refletia também sobre o cotidiano e o banal, a nossa Pop Arte ganhou estilo próprio, nos EUA e Inglaterra, por exemplo, ocorreu uma incorporação de elementos da sociedade de consumo, enquanto que no Brasil, predominou a temática social dos anos 60.

Depois da anistia, nos anos 80, cada artista brasileiro seguiu o seu próprio rumo criativo. Dentre os artistas brasileiros, destacam-se Nitsche, Claúdio Tozzi, Rubens Gerchman, Wesley Duke Lee e Aguilar.

Claúdio Tozzi, por meio da construção das cores, expressou poesia em suas peças, se dedicou profundamente às pesquisas de cores. Muito comentado na mídia, Rubens Gerchman era pintor, desenhista, gravador e escultor e teve a oportunidade de expor seus trabalhos no México, Guatemala, EUA e Alemanha; em suas obras buscava o novo e o estático, além de expressar a imagem do beijo de diversas formas.

Wesley Duke Lee era um artista paulistano, pintor, desenhista, gravador e artista gráfico. Realizou obras irreverentes e originais. Em 1963, criou ao lado de Pedro Manuel Gismondi, o movimento “Realismo Mágico”, o movimento buscava enxergar o mundo a partir de elementos mágicos e energizantes.

Aguilar é reconhecido como o pintor das bandeiras. Aguilar é um paulistano nascido em 1941, e, em suas obras, indagou sobre uma sociedade globalizada, presa aos apelos televisivos e longe dos reais movimentos culturais. Analisa-se uma bandeira como a identificação de uma nação, partido ou grupo, uma forma de pano repleta de cores. Mas, em suas obras, Aguilar explora um conceito de liberdade nas bandeiras.

Vale lembrar que a Pop Arte americana surgiu em Londres e em Nova York como forma de criticar o consumismo e valorizar a cultura popular. Em suas obras utilizavam ícones referentes às publicidade e veículos de massa como os quadrinhos, TV e cinema.

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